segunda-feira, agosto 17, 2009

Like lightning

Ontem fiquei durante segundo boqueaberto a fitar o ecrã de televisão. Acreditem que foram segundos, e não dois ou três, mas bastantes mais. Olhava para o ecrã e não conseguia acreditar no que via.
Diariamente vêm-se muitas coisas inacreditaveis na televisão. Desde comentários da direita americana sobre o programa de acesso global a cuidados médicos proposto pelo presidente Barack Obama, a comentários da direita portuguesa, geralmente na pessoa do Paulinho das Feiras sugerindo que os apoios de inserção social são "a grande fonte de corrupção finaceira em Portugal"... será que esse individuo já ouviu falar do BPN?
Num tempo em que os crimes ambientais são a norma e as demonstrações da tragédia do aquecimento global se tornam cada vez mais visiveis, em que países preferem gastar dinheiro a matar inocentes noutros países do que a investi-lo a proteger os seus próprios inocentes, que mais me poderia assombrar desta forma?

De tempos a tempos, feitos humanos ultrapassam-nos, maravilham-nos, surpreendem-nos. Pode não ter sido um momento decisivo na história da humanidade. Pode não ter sido um avanço civilizacional nem uma solução para nem um único dos tremendos problemas que hoje afligem a humanidade, mas ontem, durante 9.58s um atleta da Jamaica fez-me esquecer tudo isso e ficar simplesmente boquaberto.
Ussain Bolt já era o homem mais rapido do mundo, mas a forma como esmagou o record do mundo por 11 centésimos de segundo, a facilidade com que parece correr os 100m àquela velocidade louca... Durante longos segundo olhei boqueaberto para o ecrã tentando perceber se os dígitos 9.58 que se desenhavam na sua parte inferior direita eram verdadeiros. Não sabia se acreditar nos meus olhos, se acreditar no cronometro dos juízes. Era verdade, e Ussain Bolt ficará para a história como um dos poucos atletas que nos fazem acreditar que tudo, mas mesmo tudo, é realmente possível.

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