terça-feira, setembro 15, 2009

Os vira-casacas

Antes de mais nada gostaria de dizer que já votei, e não votei nem em branco, nem nulo. Como eleitor do círculo da Europa, já fiz o meu voto por correspondência que espero chegará a Portugal a tempo de ser contado.
Virando então para o tema vira-casacas, gostaria só de partilhar com os eventuais (e)leitores um padrão que notei recentemente. O PSD é um partido de vira-casacas, de gente que tem por hábitos voltar atrás sistemáticamente nas suas decisões, sem respeito nem consideração pelas consequências dos seus actos. E não me refiro sequer ao facto de metade deles terem começado no MRPP...

Há seis anos atrás, Durão Barroso demontrou ser o vira-casaca-mor, ao voltar as costas aos votos de milhões de portugueses para abandonar o seu cargo como Primeiro Ministro da nação e abraçar, qual puta política, um cargo na União Europeia, que obviamente lhe acenava muito mais dinheiro e relevo internacional. Para seguir os seus objectivos pessoais deixou o país nas mãos de Santana Lopes, de longe o pior Primeiro Ministro que Portugal alguma vez teve e, suspeito, alguma vez terá. E ainda damos todos graças à presiência de Jorge Sampaio que teve o bom tom e a coragem de despedir esse senhor e levar o país para eleições antecipadas.
Volvidos seis anos, o partido mudou de líder, mas não de costumes e vemos uma Manuela Ferreira Lopes, claramente em fase de desespero e incapaz de convencer os portugueses, a acenar com medidas fortes, corajosas, contra, claro, os nossos grandes inimigos históricos, os espanhóis. A senhora defende que se acabe com o TGV porque os espanhóis não mandam em nós. Esquecendo-se claro, que hoje em dia pertencemos a uma União Europeia, que a Espanha é hoje o nosso mais importante parceiro externo e, acima de tudo, virando a casaca a um acordo que ela própria assinou com o governo Espanhol quando era ministra de Durão Barroso, sem se aperceber sequer que quem mais tem a perder com o fim do TGV é portugal e não Espanha, não só em termos de fundos europeus mas também porque para eles a ligação Madrid-Lisboa é secundária estando já completas as muito mais importantes ligações Madrid-Barcelona (que este ano registou já mais passageiros do que as ligações aéreas equivalentes) e sobretudo as ligações de alta velocidade com França e o resto da Europa.
Sem o TGV em Lisboa quem mais perde será Portugal, perdendo fundos estruturais e uma ligação à Europa cuja ausência nos empurrará ainda mais para um papel secundário de país de canto. Sobretudo agora, que tandos países da Europa Central e com acesso fácil e de boa qualidade ao resto da União Europeia se juntem à União e facilmente ultrapassarão a nossa nação.
Espero que os portugueses tenham o bom censo de manter os vira-casacas longe do governo. Se isso não acontecer, resta-me a satisfação de viver, de momento, fora de Portugal!

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