sábado, setembro 25, 2010

Ferias a Sul

Na última semana rumei ao Sul. Mais precisamente ao sul da Península Ibérica. Passei a semana a passear pela Andaluzia e pelo Algarve, na esperança que as nuvens de Setembro tivessem já espantado o grosso dos turistas de Agosto.
Começamos por rumar a Granada, em busca de memórias dos tempos que a Ibéria era islâmica, e talvez um pouco mais civilizada. Digo mais civilizada porque a arquitectura medieval árabe mostra um evidente cuidado com o conforto, com a higiene e com o bem-estar público que o mundo ocidental só aprendeu muitos séculos depois. Ou talvez estejamos ainda a aprender.
Granada é uma cidade buliçosa, tão espanhola como todas as outras da nação vizinha, mas tem escondidos na sua parte antiga esses pequenos tesouros árabes, de um tempo em que a nossa Península foi bem diferente. Banhos árabes com tonalidades e formas mais arabescas, ruas estreitas de janelas em ferradura, formas hexagonais e octogonais e pórticos recortados com baixos e altos-relevos e “crochets” desenhados em pedra.
O bairro de Albaicín é simplesmente delicioso, entre pátios, terraços e ruelas, o casario branco está pintalgado de verde com árvores por todo o lado. A melhor vista de Albaicín fica no outro grande atractivo de Granada.
Patios dos Arrayanes, Alhambra

Numa colina que domina a cidade fica a Alhambra, o mágico palácio construído pelos califas da dinastia Nasrid, entre os séculos XIII e XV. A forma como os arquitectos utilizaram o espaço, a luz e a água criou um espaço em que apetece deambular durante horas e horas. Das muralhas da Alcazaba, temos uma vista privilegiada sobre Granada, mas a visita passa também por um passeio pelo Yannat al Arif (ou Generalife na versão aspanholada), o “jardim do alto paraíso” onde os reis Nasrid tinham a sua casa de campo que usavam para se afastar dos problemas mundanos. O melhor da visita são as casas reais, a parte do monumento em que os arquitectos levaram ao extremo a sua arte.
Sala de los Abencerrajes, Alhambra

Descrições são inúteis, só mesmo uma visita a Alhambra pode mostrar aquilo que as duas fotografias que aqui inclui pretendem ilustrar

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