sexta-feira, dezembro 10, 2010

Memórias de uma adolescência distante

NÃO pretendo gabar-me, mas a verdade é que percebi tudo sobre o futebol português no dia 21 de Setembro de 1994. Disputavam-se os últimos cinco minutos da segunda mão da final da Supertaça, no Estádio das Antas. Quem marcasse, ganhava. E o Benfica marcou. Custou um bocadinho, mas marcou. Lembro-me como se fosse hoje: Carlos Secretário, um especialista a fazer assistências para os adversários, isola de forma brilhante César Brito. César Brito remata para excelente defesa com as mãos de Baía, que se encontra dois metros fora da grande área. O árbitro, sr. Donato Ramos, observa rigorosamente a lei que se aplica em jogos no Estádio das Antas e manda seguir. Por sorte, a bola sobra para um jogador do Benfica chamado Amaral. Amaral chuta e José Carlos, defesa-central do FC Porto, introduz a bola na própria baliza. Golo. Nisto, o árbitro auxiliar, que naquela altura ainda se chamava bandeirinha, levanta a dita. No momento em que o jogador do FC Porto marca o autogolo, há um jogador do Benfica, a uns 15 ou 20 metros de distância, que está em fora-de-jogo posicional. Inteligentemente, Baía tinha saído da grande área para defender com as mãos o remate de César Brito, deixando depois este último em posição irregular. Golo anulado.

Ricardo Araújo Pereira in "A Chama Imensa"


Curiosamente, havia um vídeo no youtube com esta cena digna das melhores comédias de Hollywood, ou das melhores arbitragens do Estádio das Antas, mas foi removido por conflito com a Sportinveste Multimédia SA. Mas não à problema, quem quiser ver cenas semelhantes só tem de sintonizar semanalmente os jogos de um clube do Porto que tem à mais de 20 anos todos os árbitros portuuêses no bolso! Ainda no domingo a comédia foi do mesmo nível...

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