segunda-feira, maio 28, 2012

Ilhas Selvagens

Próximo destino, neste caso não turistico mas profissional...


Para quem não conhece, as Ilhas Selvagens são um pequeno arquipélago de Portugal, localizado no Oceano Atlântico. Geograficamente, constituem um subarquipélago do arquipélago da Madeira, mas na verdade ficam mais perto das Canárias, distando apenas 165 km de Tenerife.
Estarei por lá 6 semanas, a trabalhar num projecto sobre a ecologia alimentar da alma-negra, uma ave marinha raramente avistada no continente, que passa a maior parte do tempo no mar alto e só vem a terra em ilhas remotas como as Selvagens, ondem tem as suas colónias de reprodução. Por esse motivo, de meados de Junho a meados de Agosto este blog estará em modo de férias, ainda que o seu autor não esteja infelizmente de férias...

domingo, maio 20, 2012

Piscares de Olho - XC

Se passarem por Paris, recomendo uma visita ao Parque do Luxemburgo, bem no centro da cidade, se bem me lembro perto da Sorbonne. Tem um aspecto muito francês, não seria difícil imaginar Luís XIV em pessoa a  passear por lá, por entre relvados, canteiros muito bem cuidados com flores e estátuas várias, mas hoje, aberto ao público, perdeu todo o ar pedante que poderia ter tido no passado e é um agradável parque citadino.
As estátuas, essa forma primordial de pornografia, estão essencialmente despidas, como é o caso nesta que aqui aparece em primeiro plano, ou não fosse este parque em França, esse país que segundo o filme brasileiro Estômago  "é só put**ia"...

domingo, maio 13, 2012

Piscares de Olho - LXXXIX

O picar de olho de hoje leva-nos até Veneza. Por entre os seus canais e entre as centenas de pontes, Veneza oferece também um manancial de maravilhas arquitectónicas. Sejam as fachadas dos palácios, as grandes igrejas e catedrais ou as praças monumentais, não faltam por ali coisas para onde apontar a máquina fotográfica. Neste caso fotografei uma qualquer estátua numa fachada clássica, mas a maior piada da foto é mesmo o pardal que parece aqui apreciar o trabalho dos artífices venezianos, pousado entre os espanta-pombos que tentam proteger a pedra esculpida.

segunda-feira, maio 07, 2012

Pão intercontinental

Este pães que se podem ver na imagem são vendidos em Portugal, ainda hoje comprei meia dúzia no Pingo Doce. São por cá conhecidos como pão brasileiro. Ora isto para mim é muito estranho. Em Dezembro último estive de férias no Brasil e vi por lá este pão com muita frequêcia, só que por lá é conhecido como pão francês. Em que é que ficamos?
Gostava de saber como se chama este pão em França... será por acaso pão português para fechar o círculo? Ou será antes pão russo, que na Rússia se chama pão americano, que nos Estados Unidos se chama pão argentino, e por aí fora até se descobrir que na verdade o pão foi inventado por um velhote de Cuba, no Alentejo, que o levou para Angola onde começou a ser conhecido por pão cubano e por aí fora até ao pão brasileiro em Portugal...
Segundo a wikipedia, este pão é conhecido como pão francês no Brasil porque foi criado no Brasil no início do séc. XX, numa tentativa de imitar um tipo de pão que era na altura muito popular em França, uma espécie de percursor mais curto das baguetes que depois viriam a tornar-se o supra-sumo do pão francês... em França.
Se ainda não estão baralhados que chegue, fiquem ainda com os vários nomes porque este pão é conhecido em várias partes do Brasil: pãozinho (São Paulo), pão massa grossa (Maranhão), cacetinho (Rio Grande do Sul e Bahia), pão careca (Pará), média (Baixada Santista), filão, pão jacó (Sergipe), pão aguado (Paraíba), pão de sal, ou pão carioquinha (Ceará).

domingo, maio 06, 2012

Piscares de Olho - LXXXVIII

Continuando no tema da semana passada - as palmeiras - apresento-vos hoje a magnífica alameda de palmeiras do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que tive a felicidade de visitar em Dezembro de 2011. Plantadas no tempo de D. João VI, estas palmeira são descendentes do primeiro exemplar de palmeira-imperial Roystonea oleracea plantado no Brasil. Com cerca de 40 metros de altura, e num total de 100 exemplares, estas árvores desenham um lindíssimo e imponente monumento natural, qual catedral de colunas vivas e verdejantes sob um tecto azul-céu.

sábado, maio 05, 2012

Carros a ouro e diamantes?

Como todos sabemos, desde que temos em Portugal um mercado de combustíveis livre os preços têm subido em flecha. A subida é sempre justificada com a subida dos preço do petróleo e dos custos de produção e é obviamente exacerbada pelos impostos abusivos a que o estado taxa os combustíveis.
Que o petróleo seja caro, é chato, mas fácil de aceitar, mais difícil de aceitar é que um países de poucas posses tenha os combustíveis mais caros... mas antes de afirmar isto, convém analisar os preços no resto da Europa. Foi o que o fiz.
Usando dados do Europe's Energy Portal, comparei os preço na União Europeia e a conclusão é clara: temos das gasolinas mais caras da Europa.
Só existem 6 países com gasolina mais cara que a nossa, três países ricos do norte da Europa: Holanda, Dinamarca e Suécia, onde parece natural que o custo deste bem seja mais elevado que no nosso país; e dois países Mediterrânicos: Itália e Grécia. Dir-se-ia que o preço da gasolina está associada à corrupção governamental olhando para os preços absurdos praticados em Portugal, Itália e Grécia... 
Mas comparar simplesmente o preços é demasiado simples. Como dizia acima, é natural que os preços sejam mais inflacionados nos países com nível de vida mais elevado e mais baixos em países mais pobres, também não esperamos que um prato de sopa custe o mesmo em toda a Europa. Por isso, fiz uma outra comparação, vendo o preço da gasolina em relação ao PIB per capita de cada nação (dados do FMI).
Este gráfico dá-nos uma imagem mais clara dos verdadeiros custos da gasolina para os habitantes de que país. E aqui surge-nos um padrão mais óbvio, os países mais pobres aqueles onde custa mais pagar a gasolina. Neste gráfico Portugal sobe para 5º lugar, só 4 países de Leste, com economias frágeis pagam mais pela gasolina em relação ao PIB per capita. Olhando para este gráfico, torna-se absolutamente inexplicavel o preço que pagamos pela gasolina em Portugal. Como podemos aceitar que o custo em relação ao PIB está ao nível das economias mais frágeis da Europa? Isto só pode significar que estamos a pagar a gasolina muito acima do seu custo real. A culpa desta cenário é repartida entre as gasolineiras e o Ministério do Impostos (há muito tempo que deixou de ser um Ministério das Finanças) e é um verdadeiro escândalo nacional!