terça-feira, novembro 06, 2012

Postais das Selvagens

32 – Jogos Olímpicos

Pode não ser prova olímpica, mas muito exercício fizemos a caminhar na ilha.

Com o trabalho dos últimos dias quase me esqueci de referir aquela que foi a principal ocupação a ocupar os tempos livres ao longo da segunda metade da segunda estadia: os Jogos Olímpicos. A olimpíada de Londres de 2012 decorreu durante a minha segunda estadia na Selvagem Grande e nós, os 6 ilhéus temporários, seguimos atentamente os feitos olímpicos dos nossos pares.
Do judo ao ping-pong, da natação ao remo, do atletismo à ginástica e dos desportos colectivos aos desportos mais radicais, tudo o que a RTP tinha para nos mostrar nós seguimos. Até podíamos não perceber muito de alguns desportos, mas ao fim de uns dias já sabíamos distinguir um ippon de um waza-ari no judo e já percebíamos até quem eram os melhores nas várias provas de ginástica.
A prestação dos atletas portugueses foi a habitual miséria, salvando-se a excelente prestação das equipas de remo. Dos outros, muitos poucos conseguiram sequer igualar os seus records pessoais, que penso ser o mínimo que se exige nuns jogos olímpicos, com a agravante de procurarem sempre um discurso segundo o qual a culpa dos seus fracassos não era deles mas da falta de apoio, da hora a que a prova tinha sido disputada ou certamente dos alinhamentos entre Júpiter e Saturno. Enfim, o portuguesismo no seu pior. Mas felizmente existiam milhares de outros atletas de outras nações que nos maravilharam com os seus feitos, quer fossem os mortais na barra fixa do ginasta holandês Epke Zonderland, as braçadas infernais de Michael Phelps e companhia na piscina olímpica, o passo de gazela de Usain Bolt nas provas de velocidade , ou as jogadas espectaculares das equipas de voleibol ou de basquetebol.
Foram muitas tardes bem passadas a discutir o mérito de um golpe de judo, a qualidade de uma cambalhota ou também, porque não, a beleza das jogadoras de voleibol dos países de leste. Claro que se houvesse uma medalha de ouro para a pesagem de crias de alma-negra, essa cairia para Portugal certamente.

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